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Cientista voluntário descobre dois planetas fora do Sistema Solar

28 de Junho de 2021

Por Sofia Pilagallo
R7
Foto: Arquivo Pessoal

O mexicano naturalizado norte-americano Cesar Rubio, que cresceu em Pomona, cidade na Califórnia, nos Estados Unidos, tinha apenas 7 anos, a idade de seu filho, quando começou a observar o céu durante a noite e se interessou pela astronomia.

Hoje, aos 37, ele conta em entrevista ao R7 como ajudou a descobrir dois planetas situados fora do Sistema Solar, os chamados exoplanetas.

Além de contribuir com a ciência, o feito aumentou ainda mais o interesse do filho em estudar o espaço. Miguel adora olhar pelo telescópio e garante que Saturno é seu planeta favorito.

O processo para encontrar os dois exoplanetas ocorreu de forma totalmente remota por meio do programa de ciência cidadã Planet Hunters (Caçadores de Planetas), da Nasa, a agência espacial norte-americana.

Com uma proposta semelhante ao Caça Asteroides, a iniciativa tem o objetivo de contar com a colaboração de pessoas do mundo todo para analisar imagens capturadas por telescópios e, assim, fazer importates descobertas sobre o universo.

A participação de Rubio no projeto da Nasa teve início há quatro anos, depois que ele viu uma notícia na internet. Desde então, o cientista voluntário tem contribuído com as pesquisas espaciais e, no momento, aguarda a validação de outros nove astros que ele mesmo localizou, possivelmente também novos planetas.

Os dois exoplanetas foram suas primeiras descobertas astronômicas confirmadas. "Fico muito feliz de ter contribuído com um feito científico, ainda mais sobre algo tão grandioso", afirma.

A descoberta

Segundo Rubio, todo o trabalho foi concentrado em um site chamado Zooniverse, por meio do qual são disponibilizados diversos gráficos que mostram o brilho de diferentes estrelas ao longo do tempo.

Junto com outros vários candidatos — cada um em suas respectivas casas —, ele analisou se havia uma breve queda no brilho do corpo celeste, o que poderia indicar que um planeta passou por ele, um evento conhecido como "trânsito".

No gráfico abaixo, cada um dos pontos pretos reflete o brilho da estrela quando os dados foram registrados. É possível visualizar que, nos pontos indicados como B e C, há um menor acúmulo de pontos pretos, e consequentemente, de luminosidade.

Ambos os planetas orbitam ao redor da mesma estrela, a HD 152843, localizada a 352 anos-luz de distância. Ela tem a mesma massa que o Sol, mas é quase 1,5 vez maior e um pouco mais brilhante.

Os astros recém-descobertos são maiores do que a Terra e extremamente quentes devido à proximidade com sua estrela. Enquanto o planeta C completa uma órbita ao redor de HD 152843 entre 19 e 35 dias, o planeta B tem um período orbital de apenas 12 dias — por isso, ele aparece duas vezes no gráfico, explica Rubio.

A importante descoberta foi feita em apenas alguns minutos. Rubio garante que é algo mais simples do que parece, mas atribui o sucesso à habilidade que desenvolveu nos últimos anos participando do projeto. 

"Esta é a grande graça da ciência cidadã. Com um pouco de prática, todos podem contribuir com grandes descobertas astronômicas e assim, ajudar a desvendar, ainda que timidamente, os muitos mistérios que intrigam a humanidade", diz.

Reconhecimento

A descoberta foi publicada no início do mês pela Royal Astronomical Society, em artigo científico que Rubio assinou como coautor, junto com os outros voluntários. Para ele, o feito é uma grande conquista, uma vez que esta foi a primeira vez que seu nome apareceu em um documento dessa natureza.

A autora principal foi Nora Eisner, estudante de doutorado em astrofísica na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ela foi a responsável por confirmar a descoberta por meio de um método conhecido como velocidade radial e obter informações mais específicas sobre os planetas.

"Nora não conseguiu um sinal claro o suficiente para decretar a massa dos planetas, mas obteve uma estimativa: enquanto o planeta B tem cerca de 12 vezes a massa da Terra, o planeta C é aproximadamente 28 vezes mais maciço que o nosso planeta. Agora nos resta saber algumas informações mais específicas, tais como de que maneira foram formados e mudaram ao longo do tempo. Esperamos obter esses dados em breve", afirma.


Por Sofia Pilagallo
R7
Foto: Arquivo Pessoal

O mexicano naturalizado norte-americano Cesar Rubio, que cresceu em Pomona, cidade na Califórnia, nos Estados Unidos, tinha apenas 7 anos, a idade de seu filho, quando começou a observar o céu durante a noite e se interessou pela astronomia.

Hoje, aos 37, ele conta em entrevista ao R7 como ajudou a descobrir dois planetas situados fora do Sistema Solar, os chamados exoplanetas.

Além de contribuir com a ciência, o feito aumentou ainda mais o interesse do filho em estudar o espaço. Miguel adora olhar pelo telescópio e garante que Saturno é seu planeta favorito.

O processo para encontrar os dois exoplanetas ocorreu de forma totalmente remota por meio do programa de ciência cidadã Planet Hunters (Caçadores de Planetas), da Nasa, a agência espacial norte-americana.

Com uma proposta semelhante ao Caça Asteroides, a iniciativa tem o objetivo de contar com a colaboração de pessoas do mundo todo para analisar imagens capturadas por telescópios e, assim, fazer importates descobertas sobre o universo.

A participação de Rubio no projeto da Nasa teve início há quatro anos, depois que ele viu uma notícia na internet. Desde então, o cientista voluntário tem contribuído com as pesquisas espaciais e, no momento, aguarda a validação de outros nove astros que ele mesmo localizou, possivelmente também novos planetas.

Os dois exoplanetas foram suas primeiras descobertas astronômicas confirmadas. "Fico muito feliz de ter contribuído com um feito científico, ainda mais sobre algo tão grandioso", afirma.

A descoberta

Segundo Rubio, todo o trabalho foi concentrado em um site chamado Zooniverse, por meio do qual são disponibilizados diversos gráficos que mostram o brilho de diferentes estrelas ao longo do tempo.

Junto com outros vários candidatos — cada um em suas respectivas casas —, ele analisou se havia uma breve queda no brilho do corpo celeste, o que poderia indicar que um planeta passou por ele, um evento conhecido como "trânsito".

No gráfico abaixo, cada um dos pontos pretos reflete o brilho da estrela quando os dados foram registrados. É possível visualizar que, nos pontos indicados como B e C, há um menor acúmulo de pontos pretos, e consequentemente, de luminosidade.

Ambos os planetas orbitam ao redor da mesma estrela, a HD 152843, localizada a 352 anos-luz de distância. Ela tem a mesma massa que o Sol, mas é quase 1,5 vez maior e um pouco mais brilhante.

Os astros recém-descobertos são maiores do que a Terra e extremamente quentes devido à proximidade com sua estrela. Enquanto o planeta C completa uma órbita ao redor de HD 152843 entre 19 e 35 dias, o planeta B tem um período orbital de apenas 12 dias — por isso, ele aparece duas vezes no gráfico, explica Rubio.

A importante descoberta foi feita em apenas alguns minutos. Rubio garante que é algo mais simples do que parece, mas atribui o sucesso à habilidade que desenvolveu nos últimos anos participando do projeto. 

"Esta é a grande graça da ciência cidadã. Com um pouco de prática, todos podem contribuir com grandes descobertas astronômicas e assim, ajudar a desvendar, ainda que timidamente, os muitos mistérios que intrigam a humanidade", diz.

Reconhecimento

A descoberta foi publicada no início do mês pela Royal Astronomical Society, em artigo científico que Rubio assinou como coautor, junto com os outros voluntários. Para ele, o feito é uma grande conquista, uma vez que esta foi a primeira vez que seu nome apareceu em um documento dessa natureza.

A autora principal foi Nora Eisner, estudante de doutorado em astrofísica na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ela foi a responsável por confirmar a descoberta por meio de um método conhecido como velocidade radial e obter informações mais específicas sobre os planetas.

"Nora não conseguiu um sinal claro o suficiente para decretar a massa dos planetas, mas obteve uma estimativa: enquanto o planeta B tem cerca de 12 vezes a massa da Terra, o planeta C é aproximadamente 28 vezes mais maciço que o nosso planeta. Agora nos resta saber algumas informações mais específicas, tais como de que maneira foram formados e mudaram ao longo do tempo. Esperamos obter esses dados em breve", afirma.