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Energia nuclear busca se consolidar como alternativa energética segura

06 de Maio de 2021

Por Giovanna Orlando
Do R7
Foto: Flickr / Tiago Padilha Alves 

No mundo todo, a preocupação com o meio ambiente e um futuro mais sustentável e verde comanda a pauta em 2021. Com diversos países se comprometendo a reduzir a emissão de gases do efeito estufa e encontrar formas de ajudar a preservar o meio ambiente, encontrar fontes limpas de geração de energia é essencial.

Há anos, a energia eólica e a solar entraram como alternativas de energia verde, uma opção melhor que queima de carvão e até energia hidrelétrica, por conta de seus impactos ambientais. Entre as possibilidades também está a energia nuclear, que, diferentemente do que é associado no imaginário coletivo, pode ser bastante segura.

A energia nuclear é produzida a partir do calor da fissão do núcleo de um átomo de urânio enriquecido. Diferentemente das outras formas de produção de energia, a radiação pode ser usada para mais de uma aplicação, como na indústria e na medicina.

No entanto, acidentes com usinas como as de Chernobyl (na antiga União Soviética, hoje Ucrânia), há 35 anos, e a de Fukushima (Japão), há 10 anos, ajudaram a criar no imaginário popular a noção de que é uma fonte essencialmente perigosa. Especialistas alertam que, apesar do risco de acidentes sempre existir, a possibilidade é muito pequena.

Hoje em dia, a tecnologia no setor permite que novos reatores, cada vez mais seguros, sejam desenvolvidos e entrem em operação em breve. Além disso, há diversos protocolos e medidas de segurança que impedem que acidentes de grandes proporções aconteçam.

Produção de energia limpa

Diferente de outras formas de produção de energia, a energia nuclear não gera gases do efeito estufa, diz a professora de Engenharia Nuclear da Politécnica-UFRJ, Inaya Lima.

Apesar do menor impacto ao meio ambiente, o professor de Engenharia Nuclear da UFRJ, Aquilino Senra, diz que “nessa área não tem santo, todas as energias são pecadoras. De alguma forma, todas afetam o meio ambiente”.

"A energia nuclear é feita para ser segura, mas acidentes acontecem. Não há risco zero. Com 440 usinas ao redor do mundo, só aconteceram 3 acidentes de larga escala, então a gente considera que a probabilidade é muito baixa", afirma ele. 

Para a instalação de uma usina eólica, é necessário um terreno grande para implementar as hélices e turbinas. Usinas solares também precisam de grandes espaços para conseguir espalhar o máximo de painéis solares possíveis. Para montar uma usina hidrelétrica, barragens precisam ser construídas, áreas alagadas e as instalações são grandes.

Usinas nucleares não são tão grandes e o impacto direto com o meio ambiente é pequeno. Segundo Senra, os maiores perigos da usina são na eventualidade um acidente, mas “em condições normais de operação, é uma usina ambientalmente segura, não emite gases do efeito estufa e a radiação é controlada dentro da usina”.

Quebrando o estigma

Com dois acidentes de grandes proporções em Chernobyl e Fukushima e o uso bélico — especialmente as bombas norte-americanas detonadas sobre Hiroshima e Nagazaki, além de um imenso arsenal existente no mundo —, a energia nuclear se tornou perigosa no inconsciente coletivo. Enquanto milhares de pessoas acreditam que é perigoso se ter uma usina nuclear e os riscos da radiação, os benefícios ficam esquecidos.

O Brasil já possui uma usina nuclear em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que é responsável por uma pequena parcela da energia no estado e em São Paulo. Segundo a professora Inaya Lima, a usina é segura e a empresa tem diversos projetos para a comunidade do entorno da unidade e preocupação com o meio ambiente.

“O que o público conhece da energia nuclear vem dos grandes acidentes”, explica Inaya. “O estigma do perigo tem que ser diminuído”.

Para os especialistas, a melhor forma para quebrar o medo da população sobre energia nuclear é com informação sobre os avanços na área, a chance pequena de grandes acidentes e os benefícios de se investir nessa forma de produção de energia.

“O crescimento econômico de um país é diretamente proporcional à energia. Como nós queremos crescer, precisamos de energia. E não dá para colocar todos os ovos no mesmo cesto, tem que ter uma diversificação na produção de energia”, analisa Senra.

No país, a energia hidrelétrica é responsável por cerca de 60% da energia gerada, mas há projetos para a criação de mais usinas nucleares no futuro.


Por Giovanna Orlando
Do R7
Foto: Flickr / Tiago Padilha Alves 

No mundo todo, a preocupação com o meio ambiente e um futuro mais sustentável e verde comanda a pauta em 2021. Com diversos países se comprometendo a reduzir a emissão de gases do efeito estufa e encontrar formas de ajudar a preservar o meio ambiente, encontrar fontes limpas de geração de energia é essencial.

Há anos, a energia eólica e a solar entraram como alternativas de energia verde, uma opção melhor que queima de carvão e até energia hidrelétrica, por conta de seus impactos ambientais. Entre as possibilidades também está a energia nuclear, que, diferentemente do que é associado no imaginário coletivo, pode ser bastante segura.

A energia nuclear é produzida a partir do calor da fissão do núcleo de um átomo de urânio enriquecido. Diferentemente das outras formas de produção de energia, a radiação pode ser usada para mais de uma aplicação, como na indústria e na medicina.

No entanto, acidentes com usinas como as de Chernobyl (na antiga União Soviética, hoje Ucrânia), há 35 anos, e a de Fukushima (Japão), há 10 anos, ajudaram a criar no imaginário popular a noção de que é uma fonte essencialmente perigosa. Especialistas alertam que, apesar do risco de acidentes sempre existir, a possibilidade é muito pequena.

Hoje em dia, a tecnologia no setor permite que novos reatores, cada vez mais seguros, sejam desenvolvidos e entrem em operação em breve. Além disso, há diversos protocolos e medidas de segurança que impedem que acidentes de grandes proporções aconteçam.

Produção de energia limpa

Diferente de outras formas de produção de energia, a energia nuclear não gera gases do efeito estufa, diz a professora de Engenharia Nuclear da Politécnica-UFRJ, Inaya Lima.

Apesar do menor impacto ao meio ambiente, o professor de Engenharia Nuclear da UFRJ, Aquilino Senra, diz que “nessa área não tem santo, todas as energias são pecadoras. De alguma forma, todas afetam o meio ambiente”.

"A energia nuclear é feita para ser segura, mas acidentes acontecem. Não há risco zero. Com 440 usinas ao redor do mundo, só aconteceram 3 acidentes de larga escala, então a gente considera que a probabilidade é muito baixa", afirma ele. 

Para a instalação de uma usina eólica, é necessário um terreno grande para implementar as hélices e turbinas. Usinas solares também precisam de grandes espaços para conseguir espalhar o máximo de painéis solares possíveis. Para montar uma usina hidrelétrica, barragens precisam ser construídas, áreas alagadas e as instalações são grandes.

Usinas nucleares não são tão grandes e o impacto direto com o meio ambiente é pequeno. Segundo Senra, os maiores perigos da usina são na eventualidade um acidente, mas “em condições normais de operação, é uma usina ambientalmente segura, não emite gases do efeito estufa e a radiação é controlada dentro da usina”.

Quebrando o estigma

Com dois acidentes de grandes proporções em Chernobyl e Fukushima e o uso bélico — especialmente as bombas norte-americanas detonadas sobre Hiroshima e Nagazaki, além de um imenso arsenal existente no mundo —, a energia nuclear se tornou perigosa no inconsciente coletivo. Enquanto milhares de pessoas acreditam que é perigoso se ter uma usina nuclear e os riscos da radiação, os benefícios ficam esquecidos.

O Brasil já possui uma usina nuclear em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que é responsável por uma pequena parcela da energia no estado e em São Paulo. Segundo a professora Inaya Lima, a usina é segura e a empresa tem diversos projetos para a comunidade do entorno da unidade e preocupação com o meio ambiente.

“O que o público conhece da energia nuclear vem dos grandes acidentes”, explica Inaya. “O estigma do perigo tem que ser diminuído”.

Para os especialistas, a melhor forma para quebrar o medo da população sobre energia nuclear é com informação sobre os avanços na área, a chance pequena de grandes acidentes e os benefícios de se investir nessa forma de produção de energia.

“O crescimento econômico de um país é diretamente proporcional à energia. Como nós queremos crescer, precisamos de energia. E não dá para colocar todos os ovos no mesmo cesto, tem que ter uma diversificação na produção de energia”, analisa Senra.

No país, a energia hidrelétrica é responsável por cerca de 60% da energia gerada, mas há projetos para a criação de mais usinas nucleares no futuro.