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Tira Dúvidas

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Qual o significado do ovo de Páscoa?

11 de Abril de 2019

Por Daniel Neves Silva
Mundo Educação 

A Páscoa é uma das comemorações mais tradicionais do cristianismo e, provavelmente, a mais importante dessa religião.

Na Páscoa, também uma outra tradição popularizou-se bastante e é um dos grandes símbolos da Páscoa moderna: a de presentar alguém com ovos de chocolate.

Essa prática é associada com grandes símbolos da Páscoa que são os ovos, o chocolate e o coelho. No caso do ovo de Páscoa, qual é a origem desse símbolo, seu significado e sua relação com a Páscoa comemorada por cristãos e judeus?

Significado

Primeiramente, há o debate, por parte dos estudiosos, a respeito da origem da simbologia dos ovos. Sabemos que o ovo era visto, em muitas culturas antigas, como um símbolo de fertilidade que representava o nascimento e o ciclo da vida.

Isso se tornou perceptível, ao longo da história da humanidade, uma vez que diversos povos, em determinadas ocasiões, presenteavam outros com ovos de galinha.

Os persas, por exemplo, durante o equinócio da primavera (no Hemisfério Norte), que ocorre, aproximadamente, na mesma época em que é comemorada a Páscoa por judeus e cristãos, realizavam uma celebração conhecida como Noruz.

O Noruz consistia, basicamente, em uma celebração do ano novo para os persas, enquanto praticantes do zoroastrismo. Acontece que, durante a refeição que celebrava esse período, ovos coloridos eram colocados sobre a mesa de jantar e, em seguida, eram cozinhados e consumidos.

Na mitologia chinesa, também existem contos de criação do Universo que falam que o seu surgimento deu-se por meio da quebra de um ovo que formou um deus chamado Pan Ku.

Os romanos afirmavam que o Universo possuía forma oval, e até mesmo na Idade Média havia pessoas que acreditavam que o surgimento do mundo teria relação com um ovo.

Além da cultura do Oriente Médio e da Ásia, existiam algumas culturas da Europa, cujas crenças também possuíam algumas associações com ovos.

No Norte da Europa, alguns povos cultuavam uma deusa chamada Eostre, também conhecida como Ostara, e algumas teorias a respeito falam que o culto a ela tinha algum tipo de conexão com ovos, coelhos e lebres. Eostre era uma deusa da fertilidade (assim como o coelho e o ovo eram considerados símbolos da fertilidade).

Associação com o cristianismo

A associação do ovo não se dá apenas com as culturas pagãs, pois existem histórias e lendas cristãs que associam o coelho e também o ovo com o cristianismo, e muitos acreditam que essas lendas podem explicar o porquê do hábito de presentear as pessoas com ovos ter-se tornado tão comum. A primeira lenda refere-se à tradição da Igreja Ortodoxa Grega.

Essa lenda fala que, depois da crucificação e ressurreição de Cristo, Maria Madalena teria ido para Roma, a fim contar ao imperador romano sobre a ressurreição de Cristo. Chegando lá, a reação do imperador foi a de apontar para os ovos que estavam na mão de Maria Madalena e dizer “sim, e esses ovos são vermelhos”.

A lenda diz que, repentinamente, os ovos tornaram-se vermelhos, o que permitiu que Maria Madalena pudesse pregar para o imperador. Muitos acreditam que o hábito de decorar ovos pode ter surgido daí. Outra lenda, relacionada ao coelho, fala que esse animal foi o primeiro ser vivo a presenciar a ressurreição de Jesus Cristo.

Outra associação do ovo com o cristianismo faz menção ao papa Júlio III (1550-1555). Durante seu pontificado, o papa teria proibido os cristãos de consumirem ovos durante a Quaresma. Essa proibição fazia com que uma grande quantidade de ovos fosse acumulada, e as pessoas, para não desperdiçá-los, acabavam enfeitando-os para presentearem outras pessoas.

Quando os ovos começaram a ser enfeitados?

Essa é uma pergunta que os historiadores não sabem responder, pois não existem evidências que nos ajudem a sustentar o momento preciso de quando os ovos começaram a ser enfeitados e de quando esse hábito começou a ser associado com a Páscoa. No entanto, algumas informações podem ajudar-nos fornecendo um caminho.

Conforme mencionado neste texto, os persas, durante o Noruz, que acontecia no equinócio de primavera (próximo da data que comemoramos a Páscoa), enfeitavam os ovos antes de consumi-los.

Os povos que habitavam a Ucrânia, antes da chegada do cristianismo, também costumavam enfeitar ovos e faziam isso em homenagem a um deus chamado Dazbog. Esse deus está presente na mitologia eslava.

Outros relatos contam que na região da Alemanha, durante o século XVI, documentos escritos falavam que crianças bem-comportadas ganhariam ovos coloridos e enfeitados.

Acredita-se, inclusive, que foram os imigrantes germânicos que levaram o hábito de enfeitar ovos para os Estados Unidos, local a partir do qual a Páscoa e suas associações com o ovo, o chocolate e o coelho espalharam-se para o mundo. Neste texto também citamos a prática realizada devido à proibição do papa Júlio III de consumir ovos durante a Quaresma.

Existem também indícios que mostram a prática de enfeitar os ovos para presentear outras pessoas em outras partes do continente europeu, como na Áustria e na Armênia. Na primeira, os ovos eram pintados de verde, durante a Quinta-feira Santa, o dia da Última Ceia; e na segunda, o ovo era enfeitado com imagens de Jesus.

Com a disseminação da prática de enfeitar ovos de Páscoa para dá-los como presente, uma dinastia europeia passou a produzir ovos de Páscoa extremamente luxuosos. Esses eram os ovos de Páscoa da família Romanov, também conhecidos como ovos Fabergé.

Essa cultura dos Romanov começou com o czar Alexandre III, que contratou o joalheiro Peter C. Fabergé para produzir um ovo luxuoso a fim de presentear sua esposa. O presente ficou famoso entre os Romanov, que passaram a realizar novas encomendas para o joalheiro francês.

Quando surgiram os ovos de chocolate?

O chocolate é uma invenção dos povos mesoamericanos (como os olmecas e os maias), e esse alimento chegou à Europa por intermédio dos espanhóis, que conquistaram e colonizaram a região que era habitada por esses povos. Os ovos de chocolate, por sua vez, surgiram no século XVIII, quando confeiteiros franceses resolveram esvaziar os ovos e preenchê-los com chocolate.

A prática de preencher os ovos com chocolate prosseguiu, mas, durante o século XIX e começo do XX, os ovos de chocolate eram caríssimos e, portanto, alimento que poucos poderiam consumir. Esse modo de produção foi sendo espalhado e, por fim, o ovo de chocolate tornou-se um dos grandes símbolos da Páscoa moderna.


Por Daniel Neves Silva
Mundo Educação 

A Páscoa é uma das comemorações mais tradicionais do cristianismo e, provavelmente, a mais importante dessa religião.

Na Páscoa, também uma outra tradição popularizou-se bastante e é um dos grandes símbolos da Páscoa moderna: a de presentar alguém com ovos de chocolate.

Essa prática é associada com grandes símbolos da Páscoa que são os ovos, o chocolate e o coelho. No caso do ovo de Páscoa, qual é a origem desse símbolo, seu significado e sua relação com a Páscoa comemorada por cristãos e judeus?

Significado

Primeiramente, há o debate, por parte dos estudiosos, a respeito da origem da simbologia dos ovos. Sabemos que o ovo era visto, em muitas culturas antigas, como um símbolo de fertilidade que representava o nascimento e o ciclo da vida.

Isso se tornou perceptível, ao longo da história da humanidade, uma vez que diversos povos, em determinadas ocasiões, presenteavam outros com ovos de galinha.

Os persas, por exemplo, durante o equinócio da primavera (no Hemisfério Norte), que ocorre, aproximadamente, na mesma época em que é comemorada a Páscoa por judeus e cristãos, realizavam uma celebração conhecida como Noruz.

O Noruz consistia, basicamente, em uma celebração do ano novo para os persas, enquanto praticantes do zoroastrismo. Acontece que, durante a refeição que celebrava esse período, ovos coloridos eram colocados sobre a mesa de jantar e, em seguida, eram cozinhados e consumidos.

Na mitologia chinesa, também existem contos de criação do Universo que falam que o seu surgimento deu-se por meio da quebra de um ovo que formou um deus chamado Pan Ku.

Os romanos afirmavam que o Universo possuía forma oval, e até mesmo na Idade Média havia pessoas que acreditavam que o surgimento do mundo teria relação com um ovo.

Além da cultura do Oriente Médio e da Ásia, existiam algumas culturas da Europa, cujas crenças também possuíam algumas associações com ovos.

No Norte da Europa, alguns povos cultuavam uma deusa chamada Eostre, também conhecida como Ostara, e algumas teorias a respeito falam que o culto a ela tinha algum tipo de conexão com ovos, coelhos e lebres. Eostre era uma deusa da fertilidade (assim como o coelho e o ovo eram considerados símbolos da fertilidade).

Associação com o cristianismo

A associação do ovo não se dá apenas com as culturas pagãs, pois existem histórias e lendas cristãs que associam o coelho e também o ovo com o cristianismo, e muitos acreditam que essas lendas podem explicar o porquê do hábito de presentear as pessoas com ovos ter-se tornado tão comum. A primeira lenda refere-se à tradição da Igreja Ortodoxa Grega.

Essa lenda fala que, depois da crucificação e ressurreição de Cristo, Maria Madalena teria ido para Roma, a fim contar ao imperador romano sobre a ressurreição de Cristo. Chegando lá, a reação do imperador foi a de apontar para os ovos que estavam na mão de Maria Madalena e dizer “sim, e esses ovos são vermelhos”.

A lenda diz que, repentinamente, os ovos tornaram-se vermelhos, o que permitiu que Maria Madalena pudesse pregar para o imperador. Muitos acreditam que o hábito de decorar ovos pode ter surgido daí. Outra lenda, relacionada ao coelho, fala que esse animal foi o primeiro ser vivo a presenciar a ressurreição de Jesus Cristo.

Outra associação do ovo com o cristianismo faz menção ao papa Júlio III (1550-1555). Durante seu pontificado, o papa teria proibido os cristãos de consumirem ovos durante a Quaresma. Essa proibição fazia com que uma grande quantidade de ovos fosse acumulada, e as pessoas, para não desperdiçá-los, acabavam enfeitando-os para presentearem outras pessoas.

Quando os ovos começaram a ser enfeitados?

Essa é uma pergunta que os historiadores não sabem responder, pois não existem evidências que nos ajudem a sustentar o momento preciso de quando os ovos começaram a ser enfeitados e de quando esse hábito começou a ser associado com a Páscoa. No entanto, algumas informações podem ajudar-nos fornecendo um caminho.

Conforme mencionado neste texto, os persas, durante o Noruz, que acontecia no equinócio de primavera (próximo da data que comemoramos a Páscoa), enfeitavam os ovos antes de consumi-los.

Os povos que habitavam a Ucrânia, antes da chegada do cristianismo, também costumavam enfeitar ovos e faziam isso em homenagem a um deus chamado Dazbog. Esse deus está presente na mitologia eslava.

Outros relatos contam que na região da Alemanha, durante o século XVI, documentos escritos falavam que crianças bem-comportadas ganhariam ovos coloridos e enfeitados.

Acredita-se, inclusive, que foram os imigrantes germânicos que levaram o hábito de enfeitar ovos para os Estados Unidos, local a partir do qual a Páscoa e suas associações com o ovo, o chocolate e o coelho espalharam-se para o mundo. Neste texto também citamos a prática realizada devido à proibição do papa Júlio III de consumir ovos durante a Quaresma.

Existem também indícios que mostram a prática de enfeitar os ovos para presentear outras pessoas em outras partes do continente europeu, como na Áustria e na Armênia. Na primeira, os ovos eram pintados de verde, durante a Quinta-feira Santa, o dia da Última Ceia; e na segunda, o ovo era enfeitado com imagens de Jesus.

Com a disseminação da prática de enfeitar ovos de Páscoa para dá-los como presente, uma dinastia europeia passou a produzir ovos de Páscoa extremamente luxuosos. Esses eram os ovos de Páscoa da família Romanov, também conhecidos como ovos Fabergé.

Essa cultura dos Romanov começou com o czar Alexandre III, que contratou o joalheiro Peter C. Fabergé para produzir um ovo luxuoso a fim de presentear sua esposa. O presente ficou famoso entre os Romanov, que passaram a realizar novas encomendas para o joalheiro francês.

Quando surgiram os ovos de chocolate?

O chocolate é uma invenção dos povos mesoamericanos (como os olmecas e os maias), e esse alimento chegou à Europa por intermédio dos espanhóis, que conquistaram e colonizaram a região que era habitada por esses povos. Os ovos de chocolate, por sua vez, surgiram no século XVIII, quando confeiteiros franceses resolveram esvaziar os ovos e preenchê-los com chocolate.

A prática de preencher os ovos com chocolate prosseguiu, mas, durante o século XIX e começo do XX, os ovos de chocolate eram caríssimos e, portanto, alimento que poucos poderiam consumir. Esse modo de produção foi sendo espalhado e, por fim, o ovo de chocolate tornou-se um dos grandes símbolos da Páscoa moderna.