Dia do Professor: agentes formadores, transformadores e guardiões da civilização

Dia do Professor: agentes formadores, transformadores e guardiões da civilização

Os professores têm papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, considerando que são agentes formadores, transformadores e que um país só se desenvolve com Cultura, Educação e Saúde. Ou seja, podem ser compreendidos como a base e guardiões da civilização. A análise resume o ponto de vista de um grupo de docentes da Oficina do Estudante de Campinas (SP), instituição de ensino com quatro unidades – Barão Geraldo, Brasil, Paineiras e Taquaral – de Colégio e Curso Pré-Vestibular.

“Valorizar o professor tem uma ligação muito íntima com o futuro de uma nação”, garante Dario Francisco Feltrin, professor de Geografia de 63 anos, com 38 anos de profissão, que dá aulas no Curso Pré-Vestibular da Oficina.

Waldirene Maria Vannucci, conhecida entre os alunos como “Wal”, professora de Artes da Unidade de Barão Geraldo, de 53 anos, que leciona há 35 anos, por sua vez, examina que os educadores são a estrutura que sustenta a coletividade. Uma das explicações, segundo a pedagoga da Unidade Taquaral, Mara Cristina de Melo Ladeia, de 50 anos, que há 31 anos ensina todas as disciplinas básicas do Ensino Fundamental 1, atribui-se ao fato de que os professores atuam diretamente na formação dos cidadãos e profissionais.

Na imagem, Dario Francisco Feltrin, professor de Geografia

“Nesse cenário de aquisição de conhecimento, projetos e valores, o professor é fundamental e insubstituível por qualquer tecnologia – que são meios e não fins – que auxiliam no desenvolvimento das aprendizagens”, frisa Rodrigo Serra, popularmente chamado de “Rod”, professor de Matemática da Unidade Brasil, de 44 anos, que dá aulas há 21 anos.

Parte desta jornada, também dedicada a formação de outros professores no Ensino Superior, no âmbito da Avaliação das Aprendizagens, Narrativas, Educação Matemática, Metodologias Ativas e Tecnologias.

Serra especifica que os docentes atuam como mediadores desse processo de construção de conhecimento, visando “a prática do conviver (viver com), conversar (falar, dialogar com), o reconhecimento e o respeito ao outro (empatia) e gosto pela ciência, pelos estudos e pela investigação”. Contextualiza que, “todas essas características são fundamentais para se viver em sociedade. Entender que somos diferentes enquanto pessoas, mas iguais enquanto cidadãos, passa pela escola e pelo papel do professor e educador”.

Na imagem, a pedagoga Mara Cristina de Melo Ladeia

→Quais qualidades um bom professor deve ter?

Waldirene afirma que para ser um bom professor, o profissional precisa “ter muito amor, paciência, responsabilidade, ser flexível, polivalente e extremamente criativo”. Além dessas habilidades / características, Feltrin aponta a necessidade do docente ter um papel de destaque na orientação, olhar crítico em detectar o aprendizado (ou seja, questionar se o aluno está, de fato, aprendendo), estar aberto a novos conhecimentos, adquirir capacitação e atualização sempre que possível e ter ou desenvolver afinidade com novas tecnologias (principalmente em tempos de pandemia). Mara agrega ser necessário também “ter uma escuta ativa, no caso, olhar e ouvir o aluno com todos os seus sentidos, com empatia e sem julgamentos”.

Serra enfatiza também que “é o professor que tece os fios da rede do conhecimento”. Ele deve: mapear as relevâncias para ordenar bem o que ensinar; ajustar centros de interesse, atestando, por meio de avaliações e autoavaliações feitas aula a aula, se o que está sendo efetivamente ensinado confere com o planejado; e, por fim, desenvolver a criatividade, imaginação, leitura, escrita, entre outras habilidades dos alunos, com narração e contação de histórias. “E sobretudo desenvolver junto aos estudantes a compreensão do outro, bem como o respeito pelas diferenças e o que é comum, a capacidade de análise e síntese e a habilidade de entender um contexto e extrapolar esse contexto”, pondera.

→Os professores e a pandemia

Na concepção de Mara, a pandemia foi um momento difícil, que trouxe muitas incertezas, frustrações e desafios à tona, com uma mudança drástica em todos os contextos, entre eles, o da educação. Recorda que, de um dia para o outro, o computador deixou de ser apenas uma ferramenta para o preparo das aulas, se transformando num mediador entre professores e alunos.

A pedagoga comenta que, o distanciamento imposto pela quarentena, aflorou ainda mais as preocupações com o bem-estar físico e emocional dos estudantes. “Ficou muito claro o quanto a convivência, tudo o que ela proporciona, a figura e a presença do professor são importantes para o desenvolvimento dos alunos. Mas nos reinventamos e vencemos esse terrível momento da maneira mais excelente possível”, avalia.

Waldirene sintetiza que a missão foi “trazer o aluno para perto, mesmo estando (fisicamente) longe”.

Na imagem, Rodrigo Serra, professor de Matemática

Serra explica que todo processo em educação leva um tempo para ocorrer e, nesse caso, aconteceu de forma drástica. “A ideia de que o novo sempre é melhor que o velho é um desvio. Houve muita novidade e o que temos que analisar é o que é valioso dentro deste novo? Quais tecnologias, práticas e metodologias que desenvolvemos ao longo desse período devemos conservar e quais devemos transformar. Os extremos nunca combinaram com a educação, mas sim a par conservação/transformação – conservar as experiências que ao longo do tempo deram certo e transformar as que precisam ser adequadas”

→O professor da atualidade e o do futuro

Dado o impacto gerado pela pandemia na educação como um todo, Feltrin considera – mais do que nunca – ser fundamental para os professores, na atualidade e num futuro próximo, o incentivo ao envolvimento familiar em todo processo do aprendizado. Nesse contexto, Mara assegura que os docentes precisam exercer sua capacidade de acolher. “A escola precisa ser um lugar onde os alunos possam redescobrir a importância das relações interpessoais na formação e construção da maturidade emocional”, pontua. Por isso, projeta que, no futuro, o bom professor ainda será aquele que ajuda os alunos a gerirem suas emoções. Um profissional que “esteja atento às colaborações de outras áreas (que não as suas) do conhecimento, que incentive os estudantes a serem empreendedores e que tenha domínio das tecnologias”.

Contudo, Serra entende ser “ difícil fazer uma previsão, afinal a pandemia, por exemplo, evidenciou que é necessário, antes de tudo, desenvolvermos a capacidade de resiliência e flexibilidade”. Waldirene chama a atenção para algo importante: “o professor deve amar o que faz!”.

Na imagem, Waldirene Maria Vannucci, professora de Artes

→Ser professor…

Ser professor, considera Serra, vai além de ensinar o conteúdo inserido no material didático. “Ser professor é inspirar pessoas, mediar processos em busca de uma sociedade plural, democrática em que o conhecimento, a sensibilidade e a empatia são fundamentais”, afirma.


Mara continua que o segredo é “caminhar junto com os alunos”, primeiramente os acolhendo e criando laços afetivos, viabilizando assim a confiança necessária para construção e partilha de conhecimentos.

“Ser professora é se encantar com cada resultado obtido e ver o encantamento nos olhos dos alunos”, reflete Waldirene. Dario concorda com os colegas e encerra dizendo que ser professor é “principalmente transformar aquele pequeno momento de aula em algo prazeroso para ambas as partes”.

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