Saiba tudo sobre as mudanças no Vestibular da Unicamp
Por Juliana Sangion
Fotos: Antonio Scarpinetti
Edição de Imagens: Paulo Cavalheri
A Câmara Deliberativa da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp aprovou nesta quinta-feira (14), mudanças no formato da segunda fase do Vestibular Unicamp.
As provas da segunda fase passarão a ser realizadas em dois dias, em vez de três, como é atualmente.
O novo formato já será aplicado a partir da edição deste ano do Vestibular, cujas inscrições serão realizadas a partir de agosto.
Não haverá mudanças em relação à prova da primeira fase.
Com o novo modelo, houve adequação das provas e os estudantes passarão, na segunda fase, a fazer as provas das disciplinas relacionadas com a área do curso escolhido.
No entanto, serão obrigatórias a todos os candidatos as provas de Língua Portuguesa, Matemática e algumas questões interdisciplinares – incluindo a disciplina de Inglês, que volta a estar presente na segunda fase.
A Redação está mantida na segunda etapa, com duas propostas, mas passa a exigir a produção de apenas um texto, invés de dois.
De acordo com o coordenador executivo da Comvest, professor José Alves de Freitas Neto, “o ensino médio mudou muito em 32 anos, desde que a Unicamp criou seu vestibular próprio e a Universidade precisa acompanhar essas mudanças”, disse.
Viabilidade
As discussões para elaboração da proposta de mudança aprovada tiveram início em novembro do ano passado, quando foi formado um Grupo de Trabalho (GT) para estudar o assunto.
Os integrantes discutiram a viabilidade, a pertinência e os possíveis impactos das mudanças sugeridas, em várias reuniões.
O GT foi formado por coordenadores de graduação ou representantes de diferentes cursos, além de membros da coordenação da Comvest.
Como fica
No primeiro dia da segunda fase, além da Redação, os estudantes terão questões comuns obrigatórias a todos os candidatos, independentemente do curso escolhido: oito questões de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, duas questões interdisciplinares envolvendo as disciplinas de Inglês e ciências da natureza e ciências humanas.
A prova de Redação continuará apresentando duas propostas de escrita, mas o candidato deverá escolher uma delas para produzir seu texto.
No segundo dia, todos os estudantes farão seis questões obrigatórias de Matemática e quatro questões interdisciplinares, sendo duas envolvendo disciplinas de ciências humanas e duas envolvendo disciplinas de ciências da natureza.
Além disso, cada estudante fará mais 12 questões específicas da área do curso escolhido (conforme figuras abaixo).
Cada curso atribuirá às provas os pesos específicos ao perfil do estudante desejado, que poderão variar entre 1 e 3. Mantém-se o critério de que o candidato é desclassificado se zerar em alguma das provas.
Retomada
Segundo José Alves de Freitas Neto, as mudanças promovidas recuperam o espírito do Vestibular Unicamp.
“Relembro a proposta do educador Rubem Alves [um dos idealizadores do formato próprio de vestibular para a Unicamp, na década de 1980] quando escreveu que a primeira etapa deveria cobrar conhecimentos obtidos no que seria o ensino médio à época e, a segunda, as expectativas da Universidade em relação ao aproveitamento desses estudantes. Nesse sentido, estamos incorporando na segunda fase, questões interdisciplinares gerais, que dialogam com temas da ciência, da cultura e problemas da sociedade e, principalmente, permitem uma disputa mais equânime dentro do perfil do curso que querem fazer”, comentou o coordenador da Comvest.
José Alves destacou que a Unicamp não está abrindo mão de um conhecimento geral, já que mantém essa demanda tanto na primeira fase, quanto nas questões interdisciplinares da segunda etapa.
“Porém, também queremos um desempenho superior dos estudantes dentro das áreas que vão estudar. É compreensível que estudantes de ciências humanas obtenham melhor desempenho nas provas dessa área e vice versa”, explicou.
O coordenador do Vestibular comentou que as mudanças seguem a mesma linha daquelas feitas no ano passado, quando a Unicamp reestruturou suas formas de ingresso.
“Agora, temos uma prova que dialoga com essa nova estrutura de ingresso, ou seja, com as experiências escolares. Não faz sentido adotarmos políticas de inclusão em relação às modalidades de ingresso e continuar fazendo uma prova que, por seu caráter muito amplo, acabe punindo o estudante que não tenha tido as mesmas oportunidades. Assim, um modelo mais simplificado do conjunto de questões permite condições mais isonômicas na seleção”, afirmou José Alves.
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