O que é dopamina e o que ela faz no organismo?
O que é dopamina e o que ela faz no organismo?
Dopamina é um neurotransmissor, formado com base na tirosina, que está relacionado com diversas funções do nosso organismo.
Essas funções incluem a sensação de prazer e o humor.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Mundo Educação
A dopamina é um mensageiro químico (neurotransmissor) que atua no sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo os seres humanos.
Está relacionado com diferentes funções, nas quais consta a regulação de algumas emoções, e é capaz de aliviar a dor.
→ O que é dopamina
É um neurotransmissor pertencente à família das catecolaminas.
Assim como a dopamina, a noradrenalina e a adrenalina são catecolaminas, e essas três substâncias destacam-se por possuírem a mesma rota biossintética.
A dopamina é uma catecolamina, ou seja, é formada por um catecol unido a uma amina por uma ponte etil.
É produzida nos chamados neurônios dopaminérgicos.
No citoplasma desses neurônios, a dopamina é sintetizada com base na tirosina, um aminoácido.
A tirosina é obtida, em grande parte, por meio da dieta, entretanto, uma porção é produzida no fígado.
Inicialmente, a tirosina é convertida em L-dopa (1-3,4-di-hidroxifenilalanina), sendo essa reação catalizada pela tirosina hidroxidade.
A L-dopa é então convertida em dopamina por meio da ação do L-aminoácido aromático descarboxilase.
Após a síntese de dopamina, esta é liberada para fora das células.
Esse processo envolve a liberação da substância para o meio extracelular por meio de vesículas que se fundem com a membrana plasmática (excitose) e liberam a dopamina para o meio externo.
Após ser liberada na sinapse (região de proximidade entre a terminação de um neurônio e outro neurônio ou outra célula), a dopamina é rapidamente capturada por receptores localizados na membrana pós-sináptica.
Além disso, ela pode ser captada novamente pelo neurônio pré-sináptico e reincorporada em vesículas.
A dopamina pode ser também degradada.
→ Função
A dopamina é liberada em várias partes do cérebro e atua em diferentes funções, estando relacionada com atividades neuronais e também fisiológicas.
Entre os processos realizados pelo nosso corpo em que há a participação da dopamina, podemos citar:
controle motor
compensação
prazer
humor
atenção
cognição e
algumas funções endócrinas.
Além dessas funções mais conhecidas, esse neurotransmissor está relacionado ainda com outras atividades como:
excreção renal do sódio
retardamento do esvaziamento gástrico
dilatação das artérias renais e
impedimento da liberação de aldosterona.
A dopamina apresenta também relação com a doença de Parkinson, sendo esta associada a uma baixa quantidade desse neurotransmissor no cérebro.
Além da doença de Parkinson, a esquizofrenia parece apresentar relação com a dopamina.
A hipótese da dopamina para o desenvolvimento desse transtorno indica que a esquizofrenia pode ser causada por níveis elevados ou desregulados de dopamina.
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→ Diferença entre dopamina e serotonina
A serotonina é, assim como a dopamina, um neurotransmissor que está relacionado com sono, atenção, emoções e aprendizado.
A serotonina, no entanto, é formada com base no triptofano, enquanto a dopamina é sintetizada com base na tirosina.
→ Doença de Parkinson e a dopamina
A doença de Parkinson é um problema progressivo que causa tremores musculares, afeta o equilíbrio, limita a capacidade de modificar as expressões faciais e compromete a postura e o andar.
Além disso, essa doença neurológica causa uma série de sintomas não motores, como distúrbios no solo, alterações de humor, ansiedade, depressão, problemas cognitivos e até mesmo demência.
A relação existente entre a dopamina e a doença de Parkinson está no fato de que, durante o desenvolvimento desse problema, ocorre a morte de neurônios dopaminérgicos — os neurônios responsáveis por liberarem a dopamina.
Acredita-se que a perda desses neurônios comece cerca de 10 anos antes do surgimento dos sintomas.
A doença de Parkinson não possui cura, porém possui tratamento que pode aliviar os sintomas.
Entre as formas de tratamento, está incluída a administração de L-dopa, que é convertida pelo próprio organismo em dopamina.
Na grande maioria dos pacientes, a doença de Parkinson surge a partir dos 55, 60 anos, e sua prevalência aumenta a partir dos 70, 75 anos.
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→ Esquizofrenia e a dopamina
A esquizofrenia é um transtorno que desencadeia no paciente ilusões, alucinações e outros sintomas importantes.
Geralmente, esse transtorno afeta indivíduos no final da adolescência e no inicio da segunda década de vida e pode acometer pessoa de qualquer sexo. Estima-se que cerca de 1% da população do planeta sofre com esse transtorno.
A relação entre esquizofrenia e dopamina está no fato de que esse transtorno pode ser causado por níveis altos ou então desregulados de dopamina no cérebro.
Essa hipótese foi sugerida após observar-se que alguns indivíduos, quando faziam uso de substâncias que aumentavam os níveis de dopamina ou então ativavam os receptores desse neurotransmissor, desenvolviam sintomas esquizofrênicos.
→ Sistema de recompensa e a dopamina
Possuímos em nosso cérebro um circuito neuronal conhecido como sistema de recompensa. É esse sistema que promove motivação para a realização das atividades do nosso dia a dia que garantem nossa sobrevivência e reprodução. É ele, por exemplo, que garante a sensação prazerosa quando bebemos água ao sentir sede.
A dopamina apresenta relação direta com esse sistema. Os neurônios encontrados na base do cérebro, em uma região chamada área tegmental ventral, recebem estímulos do sistema de recompensa e são ativados.
Ao serem ativados, esses neurônios liberam dopamina, que atingirá determinadas áreas do cérebro, como o nucleus accumbens, importante estrutura relacionada com a percepção do prazer.
→ Uso de drogas e a dopamina
O uso de drogas está relacionado com alterações no sistema de recompensa. Cada droga terá sua forma de ação, porém, geralmente elas atuam nos neurônios dopaminérgicos, levando a um aumento rápido de dopamina e, consequentemente, a uma sensação de prazer.
Na medida em que a dependência estabelece-se, mudanças acontecem no sistema de recompensa de longa duração.
Isso faz com que o usuário sinta cada vez mais vontade de fazer uso de drogas.
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