Dia Nacional do Livro Infantil e a importância da leitura desde os primeiros anos
Hoje, 18 de abril, comemoramos o Dia Nacional do Livro Infantil e não só nesse dia, mas em todos os outros, o incentivo à leitura é fundamental para que os alunos aprendam a escrever, ler e interpretar textos de forma mais assertiva, inclusive, escrever redações e respostas dissertativas ao passar dos anos.
“A leitura é indispensável em todas as faixas etárias e, se pararmos para relembrar, lemos muito antes de aprendermos o que é um sistema de escrita”, disse Flavia Cristina Galvani, professora do 1º ano do Ensino Fundamental Anos Iniciais da Unidade Taquaral do Colégio Oficina do Estudante.
Ela explicou que ler para um bebê pode trazer incontáveis benefícios, tais como: reconhecimento de sons, palavras e padrões de linguagem, o que é fundamental para o desenvolvimento da fala. “A criança ouve, vê, interage, toca, realiza troca com o adulto, faz novas conexões, aprende sobre concentração, espera, sobre entonação de voz, entre outros. A leitura amplia e proporciona uma série de interações e experiências sensoriais que contribuem para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional.”
Graziele Storani, professora de Língua Portuguesa, com foco em Redação, do 9° ano à 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Oficina do Estudante, argumenta que o hábito de ler não apenas faz com que a interpretação e a escrita tornem-se melhores por conta do exercício do pensamento e do contato com vocabulário e construções textuais diferentes, mas também porque permite o acesso a diferentes culturas, realidades e modos de pensar ampliando o repertório do leitor e enriquecendo a compreensão do mundo ao seu redor.
Importância do livro infantil
Os livros infantis e o incentivo à leitura proporcionam muitos impactos positivos às crianças, e esses impactos geram segurança, um fator primordial para que façamos nossas tentativas. Confira alguns citados pela professora Flavia:
– Laços são criados com a história, personagens e também com quem lê;
– O desenvolvimento das habilidades visuais, auditivas, táteis e motoras ao ouvir, ver e manusear um livro.
“Ao passar uma página, a criança já trabalha um movimento importantíssimo que será fundamental para que pegue corretamente no lápis. Fora a ampliação de repertório, a construção da interpretação de narrativas, o contato com rimas, as parlendas, desenvolvimento de mundo, percepção de diferentes imagens. Quando lemos para uma criança em sala de aula, habilidades como esperar a vez para falar, postura, atenção são habilidades que, gradualmente, conseguimos observar sendo construídas e tudo isso ajuda no desenvolvimento global das crianças”, esclarece a professora.
Flavia enxerga seu papel de educadora como extremamente importante nessa missão de incentivar a leitura. ”Ao ler, são desenvolvidos vínculos afetivos, por meio do contato físico e visual, a suavidade da voz, a preparação do ambiente, a escolha da história, como são as imagens, se será com ajuda de fantoche. São infinitas as possibilidades para ganhar a atenção das crianças e, consequentemente, ressalta a diversidade de abordagens que podem ser utilizadas para cativar a atenção delas durante a leitura.”
Quem lê, escreve melhor?
A resposta, segundo a professora Graziele, é sim! “É clara a diferença entre os textos produzidos por um aluno ou aluna que leem com frequência e os escritos por um estudante que não tem o hábito da leitura. Os textos de quem cultiva uma rotina leitora apresentam melhor desenvolvimento do tema, com progressão temática presente e articulada, além de um vocabulário mais rico e ideias mais criativas, coerentes e envolventes. Quem não lê com frequência tem, inclusive, maior dificuldade para entender as propostas de redação do mesmo modo que demonstra maior dificuldade para compreender exercícios e até questões de provas de todas as disciplinas.”
“Essa viagem a mundos diferentes pode aprimorar o indivíduo enquanto ser crítico e social, fazendo com que ele, inclusive, tenha a possibilidade de enxergar para além de sua realidade e, assim, se tornar um cidadão melhor. Ler não só faz com que o léxico e o repertório sejam ampliados, mas faz também com que se desenvolva a empatia e o conhecimento do mundo, podendo, a partir do que se lê, tornar-se uma pessoa que atua de modo mais produtivo na sociedade em que vive,” explicou a professora.
“Qual foi o primeiro livro que marcou você?”
As professoras relembraram de histórias muito especiais. Flavia criou o hábito da leitura tardiamente e com ajuda de uma de suas professoras de História. “Ela me apresentou ao mundo da leitura ao me presentear com “O diário de Anne Frank” e esse acontecimento, também, me incentivou na escolha da profissão.”
Já a professora Graziele, se lembra de criar a habilidade e a responsabilidade de questionar em sua primeira leitura mais impactante da infância: “Justino, o retirante”, de Odette de Barros Mott. “Eu me lembro até hoje da primeira sensação que me invadiu: indignação. Eu me questionava sobre como era possível que algumas pessoas tivessem que enfrentar uma vida tão difícil, sozinhas. Essa questão me agoniava e, ao mesmo tempo, não conseguia parar de ler porque queria saber se iria dar tudo certo para o protagonista ou não.” Quando ela terminou a leitura, pela primeira vez na vida estava se questionando sobre as mazelas da sociedade e a ineficiência do poder público mesmo que ainda não soubesse, de fato, o que era isso direito.
Por que 18 de abril é o Dia Nacional do Livro Infantil?
O Dia Nacional do Livro Infantil foi criado pela Lei no 10.402, de 8 de janeiro de 2002: “Art. 1º
Fica instituído o Dia Nacional do Livro Infantil, a ser comemorado, anualmente, no dia 18 de abril, data natalícia do escritor Monteiro Lobato”.
A data foi escolhida para homenagear o escritor Monteiro Lobato, considerado o pioneiro, o pai da literatura infantil brasileira. O autor, que viveu entre 1882 e 1948 não escreveu apenas para o público infantil e sua literatura para adultos está inserida no pré-modernismo, período literário que compreende os anos de 1902 a 1922.
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