memória: você entendeu o que o professor ensinou, aprendeu direitinho o conteúdo da matéria, mas como fixar a aula na cabeça?

E como lembrar a disciplina que foi dada na semana passada, no mês passado, no ano passado?

O cérebro é plástico, e é possível melhorar suas funções com hábitos saudáveis.

A atividade intelectual, por exemplo, é um dos itens que melhoram o armazenamento de lembranças. Mas, desde que a quantidade seja adequada.

A memória é, por assim dizer, como a musculação. Caso a carga seja muito pesada, fere o músculo, deixando-o inoperante por um tempo. Mas, se adequada, o lesiona apenas a ponto de recompor-se ainda mais forte.

Basicamente, as memórias são divididas em curto e longo prazos. As de curto duram de segundos a minutos; as de longo, de horas, a dias e até a anos.

Mas, como transformar uma memória de curto prazo em uma de longo prazo?

Em outras palavras, como reter uma lembrança?

Especialistas do Curso e Colégio Oficina do Estudante de Campinas dão dicas de como fazê-lo.

Antes de mais nada, o cérebro é como uma máquina, que, para funcionar, precisa de combustível, repouso e uso adequado.

Por isso, preste atenção nesses itens:

Físicos

Coma direito

Mantenha o cérebro nutrido, alimentando-se de três em três horas.

Entre os principais nutrientes necessários, encontram-se:

– a colina: que ajuda na construção de novas membranas das células cerebrais e na reparação das lesadas, e que está presente na gema do ovo.

– a fisetina: que estimula e fortalece novas conexões entre os neurônios, e que é encontrada na maçã, kiwi, uva, morango, tomate, pêssego.

– ômega 3 e 6: que evitam a morte dos neurônios, e que podem ser encontrados na linhaça, arenque, atum, salmão, sardinha.

Faça atividade física

Tenha uma rotina de exercícios físicos para manter a saúde do cérebro.

Atividades aeróbicas – como caminhar, correr ou nadar – são imprescindíveis porque aumentam o fluxo de sangue cerebral, já que melhoram a função cardiovascular e fomentam o crescimento de neurônios.

Além disso, aumentam as conexões do hipocampo – região cerebral onde são armazenadas as lembranças, incluindo o conhecimento.

Descanse

Para memorizar o que foi aprendido, durma direito – o que, para a maior parte das pessoa, significa ter 7 a 9 horas diárias de sono reparador.

É durante o sono que o cérebro armazena e consolida as informações codificadas, ou seja, fixa a memória.

De acordo com a pesquisadora Lila Davachi, da Universidade de Nova York, além de dormir, o armazenamento das memórias (de curto para longo prazo) também se dá durante descansos que a pessoa faz acordada.

Por isso, dê pequenas pausas entre as tarefas – como sugere a Técnica Pomodoro.

Assim, durante o intervalo entre as aulas, não permaneça dentro da sala, estudando.

Levante-se, dê uma volta, tome um pouco de água e relaxe.

Dê tempo necessário para o cérebro condensar o aprendido e se restabelecer antes de retomar as atividades.

Emocionais

Dê significado

A consolidação de uma memória de curto prazo tem uma grande chance de se perder, não se tornando uma de longo prazo, caso o contexto seja banal e desinteressante.

Já se for emocionalmente significativo para quem o vivencia, as chances de fixação são maiores.

Por isso, se você não tem tanto interesse em física, associe-a à sua vida cotidiana.

Em uma aula sobre inércia, lembre-se de um parque de diversões visitado, ou de um tropeço dentro de um ônibus com a freada busca do motorista.

Isso ajudará na sua memória.

Mantenha o equilíbrio

Ansiedade e estresse são inimigos da memória porque liberam cortisol, hormônio que, em excesso, diminui a ação do hipocampo.

Por isso, tenha atividades que te deem prazer e satisfação, além de manter propositadamente uma atitude positiva em relação aos acontecimentos dos quais você não tem controle – como mau tempo ou trânsito congestionado.

Tenha foco

Evite distrações ao realizar uma tarefa. Mantenha a concentração no momento.

Ao assistir às aulas, preste atenção no que o professor está ensinando – e não na cor do tênis do aluno ao lado.

Descubra o seu tipo

Há pessoas que têm memória mais fotográfica; outras, mais auditiva… Descubra qual é o seu tipo e invista nisso.

Caso seja mais visual, estude com imagens, gráficos, ilustrações.

Caso seja mais auditivo, preste atenção nas palavras do professor, leia em voz alta e tente estudar em grupo, explicando e ouvindo sobre a matéria. E assim por diante.

Fixe a aula na memória

Recorde mentalmente as matérias que aprendeu ao longo do dia, e, antes de dormir, releia as informações que foram anotadas em sala de aula.

Com essas dicas, ficará muito mais fácil de fixar a aula na memória e ir bem nas provas!