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Chuva ácida

05 de Agosto de 2019

Por Rafaela Sousa 
Mundo Educação 
 
Chuva ácida é a designação dada à chuva com excesso de acidez. Esse fenômeno atmosférico está entre as principais consequências do aumento da poluição atmosférica, especialmente em países industrializados. Esse tipo de chuva provoca diversos danos ao meio ambiente e pode também colocar em risco a saúde dos seres vivos.

Essa designação foi usada pela primeira vez em 1852, pelo químico e climatologista inglês Robert Angus Smith, quando ao desenvolver um estudo a respeito da situação vivida em Manchester, no Reino Unido, percebeu que a chuva apresentava elevado grau de acidez no período da Revolução Industrial.

Origem da chuva ácida

A chuva ácida pode ter basicamente duas origens:

Natural: é formada por meio de processos naturais, como os que ocorrem nos vulcões em atividade, que emitem à atmosfera partículas, gases, poeira e compostos de enxofre, e também por meio dos processos biológicos que podem ocorrer no solo, nos oceanos, pântanos, respiração animal e vegetal.

Antrópica: é formada por meio da poluição atmosférica proveniente da concentração de veículos e indústrias. Os processos de combustão de combustíveis fósseis lançam à atmosfera gases poluentes que ao reagir com as partículas de água, geram ácidos que desencadeiam as chuvas ácidas.

Características da chuva ácida

Primeiramente, é importante dizer que toda chuva apresenta um determinado grau de acidez, visto que no ar há presença de óxidos. A acidez da chuva pode ser medida por meio de uma escala numérica conhecida como pH. Quanto menor o pH, mais ácida é a solução.

A água pura é neutra e possui pH 7. A chuva considerada “normal” apresenta pH em torno de 5,6 e a chuva considerada ácida apresenta pH abaixo de 5,5. A chuva ácida apresenta grande concentração de óxidos ácidos. Esses óxidos em contato com a água, formam os ácidos que conferem à chuva a sua acidez.

→ Composição da chuva ácida
A chuva apresenta elevado grau de acidez quando na atmosfera há grande concentração de gases como dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio. Esses, ao entrar em contato com as partículas de água suspensas na atmosfera, reagem e formam os ácidos: sulfúrico e nítrico.

E qual é a origem desses óxidos?

Dióxido de enxofre: fabricação de celulose, combustão de carvão e derivados do petróleo, fabricação de fertilizantes, aquecimento de minério do grupo sulfato.

Óxido de nitrogênio: fumaça de cigarros, indústria de ácido nítrico, combustão de derivados do petróleo, combustão do carvão vegetal.

Como ocorre a chuva ácida?

A chuva ácida, apesar de ter também origem natural, é formada especialmente em lugares onde há concentração de usinas termoelétricas e indústrias, como as de celulose, de automóveis e refinarias. Nas indústrias, normalmente, há queima de combustíveis fósseis, processo que emite à atmosfera gases, como os compostos de enxofre e nitrogênio, que propiciam a formação da chuva ácida.

A grande concentração do dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio ao alcançarem a atmosfera reagem com as partículas de água e produzem os ácidos sulfúricos e ácido nítrico. Esses, ao serem diluídos na água da chuva, formam a chuva ácida.

É importante dizer que a chuva ácida, apesar de ocorrer preferencialmente nesses lugares, pode provocar danos em outros lugares em que não são lançados à atmosfera os gases poluentes. Essa água pode ser transportada pelo vento e cair em lugares remotos.

Chuva ácida e o efeito estufa

A chuva ácida e o efeito estufa têm uma característica em comum: ambos são resultantes da emissão de gases poluentes à atmosfera. No caso do efeito estufa, que é um fenômeno natural essencial para a existência de vida na Terra, tem se intensificado com o aumento da concentração desses gases.

Essa concentração elevada de poluentes na atmosfera tem dificultado que o calor emitido pelo sol seja devolvido ao espaço e acaba aprisionando-o, provocando, assim, o aumento da temperatura no planeta. Para saber mais sobre o efeito estufa, clique aqui.

Reações químicas da chuva ácida

Os óxidos lançados à atmosfera provocam reações ao entrar em contato com o vapor d'água e formam os ácidos. Para saber quais são essas reações químicas, clique aqui.

Consequências

A chuva ácida provoca diversos danos tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana e a vida dos seres vivos. Ela é considerada uma dos maiores problemas ambientais da atualidade em diversas partes do mundo.

Entre os problemas ambientais, podemos citar a destruição da vegetação; a acidificação do solo; a contaminação dos recursos hídricos, incluindo as reservas subterrâneas de água. A concentração de ácidos na chuva provoca também retardo no desenvolvimento dos vegetais provocando lentidão em seu crescimento e também seu empobrecimento nutricional, tornando-os suscetíveis a pragas e doenças. A fauna e a flora são colocadas em risco.

A vida aquática é extremamente afetada, visto que a concentração de nitrogênio na água pode acarretar o desenvolvimento acelerado de águas e a consequente falta de oxigênio na água, colocando em risco esse ecossistema.

A chuva ácida provoca também problemas urbanos como a corrosão de obras civis e monumentos de concreto e ferro. A destruição de monumentos históricos representa prejuízo à memória histórica em diversas regiões do mundo.

Em relação à saúde humana, o alcance da água ácida no solo e também nos recursos hídricos pode afetar a saúde de quem entra em contato com eles. A chuva ácida libera metais tóxicos no solo. A ingestão de água acidificada ou o contato inadequado com o solo acidificado pode provocar algumas doenças como problemas renais, hipertensão, doenças pulmonares, entre outras.

Chuva ácida no mundo e no Brasil

De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza, aproximadamente 35% dos ecossistemas do continente europeu sofrem modificações por causa da chuva ácida e aproximadamente 50% das florestas encontradas na Alemanha e Holanda já foram destruídas pela ação desse fenômeno atmosférico.

Os Estados Unidos, um dos maiores emissores de gases poluentes do mundo, também já veem os efeitos da chuva ácida. Na região em que se encontram as usinas termoelétricas no país, que lançam à atmosfera cerca de 65% de dióxido de enxofre, o solo já se encontra acidificado em relação às áreas limítrofes.

No Brasil, a ocorrência de chuva ácida já foi observada, especialmente nas metrópoles, onde há maior concentração de indústrias e, consequentemente, maior poluição atmosférica. Muitos estudos já vêm sendo feitos a fim de evitar esse problema.

Um dos casos mais conhecidos de chuva ácida no Brasil foi registrado em Cubatão, especificamente na região da Serra do Mar, no estado de São Paulo. No ano de 1977, o complexo industrial de Cubatão emitia cerca de 1000 toneladas por dia de componentes químicos tóxicos à atmosfera, como monóxido de carbono, óxidos de enxofre e nitrogênio.

Em outras áreas de complexos industriais no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, há também registros de chuva ácida que afetam principalmente o bioma Mata Atlântica. A vegetação desse bioma já foi parcialmente destruída pelo excesso de acidez das chuvas.


Por Rafaela Sousa 
Mundo Educação 
 
Chuva ácida é a designação dada à chuva com excesso de acidez. Esse fenômeno atmosférico está entre as principais consequências do aumento da poluição atmosférica, especialmente em países industrializados. Esse tipo de chuva provoca diversos danos ao meio ambiente e pode também colocar em risco a saúde dos seres vivos.

Essa designação foi usada pela primeira vez em 1852, pelo químico e climatologista inglês Robert Angus Smith, quando ao desenvolver um estudo a respeito da situação vivida em Manchester, no Reino Unido, percebeu que a chuva apresentava elevado grau de acidez no período da Revolução Industrial.

Origem da chuva ácida

A chuva ácida pode ter basicamente duas origens:

Natural: é formada por meio de processos naturais, como os que ocorrem nos vulcões em atividade, que emitem à atmosfera partículas, gases, poeira e compostos de enxofre, e também por meio dos processos biológicos que podem ocorrer no solo, nos oceanos, pântanos, respiração animal e vegetal.

Antrópica: é formada por meio da poluição atmosférica proveniente da concentração de veículos e indústrias. Os processos de combustão de combustíveis fósseis lançam à atmosfera gases poluentes que ao reagir com as partículas de água, geram ácidos que desencadeiam as chuvas ácidas.

Características da chuva ácida

Primeiramente, é importante dizer que toda chuva apresenta um determinado grau de acidez, visto que no ar há presença de óxidos. A acidez da chuva pode ser medida por meio de uma escala numérica conhecida como pH. Quanto menor o pH, mais ácida é a solução.

A água pura é neutra e possui pH 7. A chuva considerada “normal” apresenta pH em torno de 5,6 e a chuva considerada ácida apresenta pH abaixo de 5,5. A chuva ácida apresenta grande concentração de óxidos ácidos. Esses óxidos em contato com a água, formam os ácidos que conferem à chuva a sua acidez.

→ Composição da chuva ácida
A chuva apresenta elevado grau de acidez quando na atmosfera há grande concentração de gases como dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio. Esses, ao entrar em contato com as partículas de água suspensas na atmosfera, reagem e formam os ácidos: sulfúrico e nítrico.

E qual é a origem desses óxidos?

Dióxido de enxofre: fabricação de celulose, combustão de carvão e derivados do petróleo, fabricação de fertilizantes, aquecimento de minério do grupo sulfato.

Óxido de nitrogênio: fumaça de cigarros, indústria de ácido nítrico, combustão de derivados do petróleo, combustão do carvão vegetal.

Como ocorre a chuva ácida?

A chuva ácida, apesar de ter também origem natural, é formada especialmente em lugares onde há concentração de usinas termoelétricas e indústrias, como as de celulose, de automóveis e refinarias. Nas indústrias, normalmente, há queima de combustíveis fósseis, processo que emite à atmosfera gases, como os compostos de enxofre e nitrogênio, que propiciam a formação da chuva ácida.

A grande concentração do dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio ao alcançarem a atmosfera reagem com as partículas de água e produzem os ácidos sulfúricos e ácido nítrico. Esses, ao serem diluídos na água da chuva, formam a chuva ácida.

É importante dizer que a chuva ácida, apesar de ocorrer preferencialmente nesses lugares, pode provocar danos em outros lugares em que não são lançados à atmosfera os gases poluentes. Essa água pode ser transportada pelo vento e cair em lugares remotos.

Chuva ácida e o efeito estufa

A chuva ácida e o efeito estufa têm uma característica em comum: ambos são resultantes da emissão de gases poluentes à atmosfera. No caso do efeito estufa, que é um fenômeno natural essencial para a existência de vida na Terra, tem se intensificado com o aumento da concentração desses gases.

Essa concentração elevada de poluentes na atmosfera tem dificultado que o calor emitido pelo sol seja devolvido ao espaço e acaba aprisionando-o, provocando, assim, o aumento da temperatura no planeta. Para saber mais sobre o efeito estufa, clique aqui.

Reações químicas da chuva ácida

Os óxidos lançados à atmosfera provocam reações ao entrar em contato com o vapor d'água e formam os ácidos. Para saber quais são essas reações químicas, clique aqui.

Consequências

A chuva ácida provoca diversos danos tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana e a vida dos seres vivos. Ela é considerada uma dos maiores problemas ambientais da atualidade em diversas partes do mundo.

Entre os problemas ambientais, podemos citar a destruição da vegetação; a acidificação do solo; a contaminação dos recursos hídricos, incluindo as reservas subterrâneas de água. A concentração de ácidos na chuva provoca também retardo no desenvolvimento dos vegetais provocando lentidão em seu crescimento e também seu empobrecimento nutricional, tornando-os suscetíveis a pragas e doenças. A fauna e a flora são colocadas em risco.

A vida aquática é extremamente afetada, visto que a concentração de nitrogênio na água pode acarretar o desenvolvimento acelerado de águas e a consequente falta de oxigênio na água, colocando em risco esse ecossistema.

A chuva ácida provoca também problemas urbanos como a corrosão de obras civis e monumentos de concreto e ferro. A destruição de monumentos históricos representa prejuízo à memória histórica em diversas regiões do mundo.

Em relação à saúde humana, o alcance da água ácida no solo e também nos recursos hídricos pode afetar a saúde de quem entra em contato com eles. A chuva ácida libera metais tóxicos no solo. A ingestão de água acidificada ou o contato inadequado com o solo acidificado pode provocar algumas doenças como problemas renais, hipertensão, doenças pulmonares, entre outras.

Chuva ácida no mundo e no Brasil

De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza, aproximadamente 35% dos ecossistemas do continente europeu sofrem modificações por causa da chuva ácida e aproximadamente 50% das florestas encontradas na Alemanha e Holanda já foram destruídas pela ação desse fenômeno atmosférico.

Os Estados Unidos, um dos maiores emissores de gases poluentes do mundo, também já veem os efeitos da chuva ácida. Na região em que se encontram as usinas termoelétricas no país, que lançam à atmosfera cerca de 65% de dióxido de enxofre, o solo já se encontra acidificado em relação às áreas limítrofes.

No Brasil, a ocorrência de chuva ácida já foi observada, especialmente nas metrópoles, onde há maior concentração de indústrias e, consequentemente, maior poluição atmosférica. Muitos estudos já vêm sendo feitos a fim de evitar esse problema.

Um dos casos mais conhecidos de chuva ácida no Brasil foi registrado em Cubatão, especificamente na região da Serra do Mar, no estado de São Paulo. No ano de 1977, o complexo industrial de Cubatão emitia cerca de 1000 toneladas por dia de componentes químicos tóxicos à atmosfera, como monóxido de carbono, óxidos de enxofre e nitrogênio.

Em outras áreas de complexos industriais no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, há também registros de chuva ácida que afetam principalmente o bioma Mata Atlântica. A vegetação desse bioma já foi parcialmente destruída pelo excesso de acidez das chuvas.