Profissional do Futuro: mercado valorizará mais comunicação que técnica
Profissional do Futuro: mercado valorizará mais comunicação que técnica
No Brasil, 7,2 milhões deverão ser treinados em novas habilidades
Por Bruna Saniele/ Agência Brasil
Menos treinamento e mais relacionamento.
No futuro, o mercado de trabalho vai valorizar mais habilidades interpessoais do que técnicas.
Essa é uma das conclusões do estudo do Institute for Business Value (IBV), feito pela International Business Machines Corporation (IBM) e divulgado no mês de setembro.
Segundo a publicação, nos próximos três anos, 120 milhões de trabalhadores nas dez maiores economias do mundo precisarão de recapacitação profissional.
E isso é devido ao impacto da utilização de Inteligência Artificial e Automação Inteligente no mercado de trabalho.
E essa capacitação não deve ser necessariamente técnica.
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Profissional do Futuro
Só no Brasil, 7,2 milhões de profissionais terão que ser treinados em novas habilidades.
E parte desse treinamento vai ter que vir do próprio empregador.
“O mercado de talentos está saturado, há uma necessidade da empresa de olhar para a própria força de trabalho”, diz Christiane Berlinck, diretora de RH da IBM Brasil.
A pesquisa foi feita com quase 6 mil CEOs (Diretor Executivo, em português) de 48 países.
Indica que 59% reclamam de não contar com pessoas habilidades ou recursos necessários para executar suas estratégias de negócios.
Segundo o estudo, o tempo investido para capacitar um profissional em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas 4 anos.
No Brasil, por exemplo, o tempo passou de quatro para 40 dias.
E porque esse movimento ocorre?
“Num mundo com tarefas automatizadas a gente vai precisar de uma sofisticação do profissional para garantir a continuidade de capacitação. Na área de tecnologia tem ainda um agravante que a atualização é muito rápida dos sistemas. Talvez seja a indústria que primeiro sofra nesse ponto de escassez de talentos. E por isso a que mais investe na capacitação da força de trabalho”, comenta Christiane.
E não é só da capacitação técnica que a diretora de RH está falando.
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Soft Skills e Hard Skills
A parte dos 120 milhões de trabalhadores que tem mais chance de despontar deve investir também nas “soft skills”.
Essas habilidades dizem respeito à personalidade e ao comportamento.
Já as “hard skills” são as técnicas: é saber programar, usar ferramentas e até, para quem, por exemplo, é jornalista, escrever um texto com coerência e sentido.
Segundo Daniel Goleman, no livro Inteligência Emocional, as “soft skills” são as capacidades:
– mentais,
– emocionais e
– sociais que as pessoas adquirem ao longo da vida.
São conquistadas por vivências, contexto cultural, educação.
A escola, a universidade, o grupo de amigos, e como se relacionar com todos esses agentes, fazem parte do pacote desenvolvido pelas “soft skills”.
Se essas características começam a se desenvolver já na infância, requerem atenção durante toda a vida, em especial para quem quer trabalhar em um ambiente corporativo.
Nesse cenário, a pesquisa concluiu que enquanto novas aptidões estão surgindo rapidamente, outras estão se tornando obsoletas.
No caso do Brasil, em 2016, habilidades críticas eram:
– “capacidade de se comunicar efetivamente em um contexto de negócios” e
– “Recursos técnicos CTEM – ciência, tecnologia, engenharia e matemática”.
Já em 2018, as duas principais habilidades procuradas foram as comportamentais:
– “gerenciamento de tempo e capacidade de priorizar” e
– “disposição de ser flexível, ágil e adaptável às mudanças”.
Inteligência Emocional
Para Goleman, as habilidades comportamentais mais importantes são:
colaboração,
flexibilidade,
trabalhar sob pressão,
comunicação eficaz,
orientação para resultados e
liderança de equipe.
O autor sugere ainda características que profissionais precisam ter para desenvolver a inteligência emocional como: “método emocional de autogerenciamento” (por exemplo, meditação),
gerenciamento do tempo (saber priorizar) e
apostar na cultura do feedback (permitir que as pessoas avaliem suas habilidades).
Para Christiane, desenvolver as habilidades técnicas e as interpessoais é também trabalho das empresas pois isso significa criar um ambiente de trabalho mais flexível, colaborativo e empático.
“Esse mapa de talentos é limitado, se as empresas não fizerem nada para cobrir essa necessidade de mão de obra existe o risco da própria organização não conseguir crescer o seu negócio por falta de pessoas qualificadas”, comenta.
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