Dicas de redação: confira cinco hábitos para escrever melhor
Dicas de redação: confira cinco hábitos para escrever melhor
Por Luana Castro
Brasil Escola/ UOL
“Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1.100 páginas datilografadas para fazer um romance, no qual aproveitei pouco mais de 300.”
A frase que você leu acima é de autoria de Fernando Sabino, um dos melhores cronistas da literatura brasileira.
Nela, Sabino deixa explícita toda a sua dificuldade para escrever.
E, se foi difícil para ele, que se destacou como exímio escritor e jornalista, imagine para nós, meros mortais!
As palavras do escritor soam quase como um alento para quem também sofre diante de uma folha em branco.
E mostram que é possível, sim, com algum treino e dedicação, ter êxito no universo das palavras.
Falar é fácil, difícil mesmo é escrever, não é verdade?
Se na oralidade conseguimos nos comunicar de maneira eficiente, por que será que quando o assunto é organizar as ideias no papel tudo fica mais difícil?
Isso acontece porque escrever demanda habilidades linguísticas diferentes, isto é, conhecimento sobre:
– sintaxe
– organização textual
– técnicas de redação
– entre outros elementos que possibilitam que a mensagem seja emitida de maneira satisfatória.
Conhecer esses elementos é indispensável para quem quer escrever mais e melhor, bem como livrar-se da influência da comunicação oral.
Isso porque muitas pessoas transferem para o papel vícios de linguagem próprios da oralidade e da falta de familiaridade com a escrita.
Escrever é um desafio, e deve ser prioridade ficar longe de:
– ambiguidades
– redundâncias
– clichês
– erros de sintaxe
– erros de pontuação (apenas para citar alguns).
Erros assim podem ser eliminados se você adquirir alguns hábitos simples, mas supereficientes.
Quer saber quais são?
Confira as dicas de redação que o Brasil Escola elaborou para você e boa leitura!
Dicas de redação
1. Eleja seu livro favorito
Pode ser qualquer um, desde que ele esteja sempre à mão.
Já ouviu falar no livro de cabeceira, aquele que fica ali pertinho da cama para você folhear nos momentos de descanso?
Pois é, nós queremos que você tenha esse hábito e que, pelo menos uma vez por dia, passeie por suas páginas.
Parece simples, mas ler todos os dias, ainda que poucas páginas, pode:
– melhorar o vocabulário
– contribuir para uma melhor compreensão do funcionamento da língua.
2. Sempre que possível, escreva
Crie oportunidades para treinar a escrita, mesmo que seja por meio de:
– e-mails
– bilhetes
– lembretes de geladeira
– recadinhos etc.
Claro que a comunicação oral é importante, mas sempre que houver a oportunidade, pegue um papel (pode ser no computador, no tablet, no smartphone…) e treine a escrita.
Você vai observar que existem inúmeras situações em nosso cotidiano que permitem esse exercício.
Dê preferência para a escrita à mão, pois já foi comprovado cientificamente que escrever à mão treina as redes neuronais do cérebro, facilita o aprendizado de novos idiomas, entre outros benefícios.
3. Quando for escrever, não se esqueça do leitor
Este é um erro que muitas pessoas cometem: escrever sem pensar na inteligibilidade da mensagem.
Os textos escritos não dispõem dos mesmos recursos dos textos orais (entonação, pausas etc.), recursos esses que facilitam a compreensão da mensagem.
Por isso, todo cuidado é pouco.
Antes de enviar um e-mail, por exemplo, faça o exercício simples de revisá-lo.
Esse é um pequeno hábito que poderá eliminar ambiguidades, e erros ortográficos, e sintáticos, que geralmente comprometem a clareza textual.
Lembre-se sempre: a pressa é inimiga da perfeição.
4. Sempre tenha um tempinho para aprender
Enquanto escrevemos, é normal que surjam algumas dúvidas.
E se você quer mesmo aprender a escrever melhor, é indispensável que vá atrás das respostas, seja consultando um dicionário, seja pesquisando na internet – o que não vale é fazer de conta que está tudo bem e assumir o risco de errar.
Não há nada que não possa ser aprendido ou aperfeiçoado, basta um pouquinho de paciência e dedicação.
Deixe a preguiça de lado e investigue, questione, não permita que uma dúvida linguística fique sem resposta, muito menos que um erro transforme-se em hábito.
5. Evite usar o corretor ortográfico
Algumas pessoas não conseguem mais escrever sem utilizar esse artifício.
Nós sabemos que o corretor é muito útil, mas será que você confere as dicas sugeridas por ele ou apenas acata a correção?
Outra coisa: quantas vezes o corretor ortográfico já o induziu ao erro?
Você já percebeu que nem sempre ele apresenta sugestões adequadas para o seu texto?
Isso acontece porque essa é uma ferramenta que nem sempre é capaz de compreender nossas ideias e estilo de escrita, e o que deveria ajudar pode transformar-se em um verdadeiro inimigo.
Faça o teste, experimente, em vez de habilitar o corretor, habilite-se a consultar um dicionário ou uma gramática.
Com o tempo, você perceberá que pode aprender muito mais assim.
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