Atualidades Enem: Guerra Comercial entre EUA x China

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Atualidades Enem: Guerra Comercial entre EUA x China

Atualidades Enem: Guerra Comercial entre EUA x China

Por Giovana Murça/ Revista Quero Bolsa (QB)
Atualidades EnemImagens: Wikimedia Commons

Nos últimos tempos, muito tem se falado na mídia numa guerra entre os Estados Unidos e a China.

Mas, não daquelas guerras que envolve militares, armas e ataques.

É a chamada Guerra Comercial.

Essa guerra é um disputa por mercados entre os EUA e a China.

Os EUA são uma superpotência econômica, a maior economia do mundo, e há muito tempo e se vêem ameaçados com o crescimento econômico da China, a segunda maior economia global.

Nesse post, você entende tudo o que precisa saber sobre o assunto e como ele pode cair na sua prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

China: cobiçada pelo Ocidente

Atualidades EnemAté o século XVIII, a China era um país muito poderoso que dominava o comércio e explorações pelo mundo.

Inclusive, os chineses trouxeram várias invenções para o mundo Ocidental como:

– papel
– pólvora
– bússola

Mas, a China ainda era muito fechada para os países ocidentais que tentavam se aproximar.

Entretanto, com a Revolução Industrial e o Neocolonialismo, outros países como a Inglaterra começaram a imperar sobre o mundo.

E, devido a essa razão, a China se envolveu em diversos conflitos, como as Guerras do Ópio (imagem) e a Revolta dos Boxers.

De um lado estava seu povo com forte sentimento nacionalista; do outro, as potências querendo se aproveitar de suas riquezas e mão de obra.

Diante das derrotas nas guerras, a China se viu obrigada a cada vez mais se abrir para as potências ocidentais.

E por essas potências foi explorada.

Revolução Chinesa

Durante a 2ª Guerra Mundial, a China lutou ao lado dos Aliados (EUA, Inglaterra, URSS e outros).

Avançou contra o avanço do nazifascismo da Alemanha, Itália e Japão.

A aproximação com o regime socialista da União Soviética (URSS) contribuiu para o surgimento de um movimento socialista na China.

Em 1949, após uma guerra civil, ocorreu a Revolução Chinesa, liderada pelo líder Mao Tsé-Tung e o Partido Comunista Chinês.

E, então, foi fundada a República Popular da China, um Estado comunista.

A partir daí, o país se aproxima cada vez mais da URSS, se afastando do EUA, no contexto da Guerra Fria.

Atualidades EnemCom a China destruída após uma guerra mundial e outra civil, Mao Tsé-Tung pede ajuda a Stalin, líder da URSS.

E inicia uma política crescimento econômico rural e industrial de forma rápida, chamada de o “Grande Salto Adiante”.

O projeto não rendeu o esperado e custou a vida de cerca de 15 milhões de chineses que morreram de fome diante das explorações do Estado.

Nos anos 1960, depois da morte de Stálin e reformas na URSS, a China rompe com seu aliado.

Um país, dois sistemas

Após se afastar da URSS, a China começa a se reaproximar do Ocidente com uma reforma econômica realizada por Deng Xiaoping, líder da China entre 1978 a 1992.

O líder declarou que a China se convertia ao “Socialismo de Mercado” ou “economia de mercado socialista”.

E isso foi sintetizado na frase “um país, dois sistemas”.

Atualidades Enem“Deng abriu as portas da China aos mercados globais, permitindo a entrada de empresas privadas transnacionais no litoral do país, nas chamadas Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), integrando-as às gigantes indústrias estatais de base e abastecendo as cadeias de produção e consumo nas redes globalizadas”, explica Luis Felipe Valle, professor de geografia e atualidades do Colégio Oficina do Estudante.

A abertura se limitou ao aspecto econômico.

Mas, em termos políticos, sociais e culturais, a China segue como um país muito fechado.

“O governo chinês pouco tem de democrático ou popular também, pois realiza eleições unipartidárias, intervem no dia-a-dia da população, com leis de controle de natalidade, migrações internas e rigorosa fiscalização dos meios de comunicação e processos socioculturais”, complementa o professor.

Made in China

A reforma de Deng atrai muita indústrias de muitos países, como os EUA, e começa a onda dos milhares de produtos de empresas multinacionais produzidos na China, foi o “momento Made in China”.

Além de indústrias, a China também investiu em:
– infraestrutura
– educação
-tecnologia

Ainda no século XX a China se consolidou como potência econômica na Ásia.

E, a partir dos anos 2000, seu Produto Interno Bruto (PIB) cresceu rapidamente, se tornando um país emergente.

Entretanto, professor Luis Felipe pontua: “o país começou a colher os frutos de um processo industrial colossal às custas de muita exploração ambiental, repressão social, imposição cultural e da rigorosa intervenção do Estado”.

Hoje, o país está mais moderno e seus produtos não são somente produzidos na China.

São desenvolvidos com tecnologia nacional, o que passa a incomodar e ameaçar os EUA e outras potências mundiais.

EUA x China

Atualmente, as empresas chinesas dominam o mercado mundial com a exportação de matéria-prima (commodities), como soja e ferro, e de bens de consumo, como roupas e eletrônicos.

Assim, começam também a rivalizar e ameaçar transnacionais ocidentais, “que controlavam oligopólios produtivos formados desde a Revolução Industrial”, explica Luis Felipe.

Atualidades EnemSó para os EUA, em 2018, a china exportou cerca de US$ 500 bilhões em produtos. enquanto os EUA exportou para a China apenas US$ 120 bilhões, o que configura num déficit comercial recorde de cerca de US$ 419 bilhões para os EUA.

O déficit comercial é a diferença do volume exportado entre os dois países.

Desde 2017, o déficit dos EUA em relação a China cresceu consideravelmente.

Inicia-se, então a chamada Guerra Comercial.

Guerra Comercial

Atualidades EnemPara reverter esse déficit, o presidente americano Donald Trump começou a taxar de vários produtos chineses.

A medida visa deixar os produtos importados chineses mais caros para incentivar os consumidores americanos a comprarem produtos nacionais.

Esse ano, as tarifas sobre alguns produtos chineses subiram de 10% para 25%.
Em respostas, o governo chinês também impôs tarifas aos importados americanos e até boicotou a importação de alguns deles.

Guerra Cambial

Atualidades EnemNas últimas semanas, a nova estratégia da China foi desvalorizar sua própria moeda, o yuan.

Agora, para comprar um dólar são necessários mais de 7 yuans, o menor valor desde 2008.

O objetivo da desvalorização é baratear os produtos chineses e estimular a exportação.

Os EUA acusaram os chineses de manipulação cambial.

Consequências para o mundo

Se essa guerra comercial se transformar numa guerra cambial, todo o mercado mundial pode ser afetado, pois pode “desvalorizar a bolsa de valores e as moedas de outros países emergentes, como o Brasil, e aumentar o déficit comercial, afetando as empresas nacionais e gerando desemprego, alerta o professor.

As atitudes protecionistas de Trump num país liberal, ou seja, que defende a redução da intervenção do Estado na economia, também pode afetar o comércio mundial.

Mas as consequências não são apenas negativas.

Para países como o Brasil, a disputa pode ser a oportunidade de exportar commodities para a China e itens industrializados para os EUA, substituindo os produtos taxados que ficaram mais caros.

Atualidades Enem

Atualidades EnemO professor Luis Felipe afirma que os temas economia e globalização são frequentes nas questões de Geografia no Enem, que podem ter interdisciplinaridade com as questões de História, Sociologia e Matemática Financeira.

A prova pode cobrar análise da situação socioeconômica em que estamos inseridos a partir de acontecimentos da atualidade.

Outro ponto muito cobrado pelo Enem é a análise de gráficos, que podem ser sobre a evolução de PIB, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), taxas de câmbio e balança comercial, sugere Luis Felipe.

Para facilitar sua vida de estudante, o professor Luis Felipe dá algumas dicas para se preparar para o tema:

  • Saber a localização da China, EUA, Europa e Brasil no mapa-múndi;
  • Reconhecer como a Guerra Fria ainda está presente nessa polarização entre EUA e China;
  • Retomar os conceitos de globalização econômica, como balança comercial, setores econômicos, formação de clusters, holdings e cartéis;
  • Entender políticas de industrialização conduzidas pelo Estado, por exemplo na Era Vargas, e pela iniciativa privada, aproximando-se do liberalismo e das privatizações.

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