Invasões germânicas: processo histórico e consequências
Invasões germânicas: processo histórico e consequências
Por Daniel Neves
História do Mundo
As invasões germânicas durante os séculos IV e V precipitaram o processo de desagregação do Império Romano.
Nos territórios ocupados pelos povos germânicos, novos reinos surgiram a partir da fusão da cultura germânica com elementos da cultura latina (romana).
As transformações realizadas a partir do estabelecimento dos germânicos deu forma à sociedade medieval.
Povos Germânicos
Os povos germânicos eram pejorativamente chamados pelos romanos de bárbaros por não partilharem dos mesmos costumes e do mesmo idioma que os romanos.
Essa designação vem do nome dado para a região que habitavam: a Germânia.
Desde o século II d.C., durante o reinado de Marco Aurélio, os romanos constantemente lutavam contra os germânicos nas fronteiras do Império.
Com o processo de decadência do Império Romano, a contenção dos povos germânicos tornou-se cada vez mais difícil.
Assim, o Império passou a assimilar os povos germânicos, admitindo-os dentro de suas terras.
Houve, com isso, a integração de guerreiros germânicos aos exércitos romanos e casos de germânicos que conseguiram ocupar cargos de importância dentro do Senado romano.
A partir do século V, o processo germânico de migração atingiu um caráter catastrófico e tomou proporções maiores de violência.
Causas das invasões
As causas das invasões germânicas são incertas para os historiadores.
Mas, existem alguns indícios que nos permitem entender melhor o assunto.
Alguns historiadores afirmam que o crescimento demográfico levou os povos germânicos a migrar na busca de terras mais férteis.
É levantada também a hipótese de que alterações climáticas tenham gerado um resfriamento do clima e afetado a sobrevivência dos germânicos, que foram obrigados a procurar melhores terras para sobreviver.
Existe ainda uma concordância entre historiadores sobre a chegada dos povos hunos, vindos da Ásia.
A chegada dos hunos trouxe desespero entre os povos germânicos, que passaram a exercer pressão cada vez mais forte sobre as fronteiras do Império Romano.
Os hunos causaram a migração de Ostrogodos, Visigodos, Alanos, Burgúndios, Suevos, Vândalos e muitos outros para as terras do Império Romano.
Alguns deles conseguiram asilo no Império, e outros forçaram sua entrada a partir de exércitos.
O processo de desagregação do Império Romano aconteceu quando o último rei romano foi destituído pelos hérulos em 476 d.C.
Consequências
As migrações germânicas resultaram no processo de desgregação do Império Romano do Ocidente.
Assim, o poder centralizado em Roma deixou de existir, e as terras foram ocupadas pelos germânicos, que prevaleceram a partir da força.
Além disso, houve também a ruralização da Europa, pois, com os centros de produção de alimentos atacados e as rotas comerciais fechadas, o abastecimento das cidades foi interrompido, gerando fome nas grandes cidades romanas.
Houve também casos de:
– epidemia de doenças nas grandes cidades
– saques realizados pelos povos germânicos
Isso gerou uma migração de população para as zonas rurais com o objetivo de:
– fugir da violência
– estar próximo dos locais de produção de alimentos
Esse processo também resultou na diminuição populacional da Europa.
Invasões germânicas
A partir dos povos germânicos, novos reinos surgiram, como:
– Reino dos Francos
– Reino dos Visigodos
– Reino dos Ostrogodos etc.
A fusão da cultura latina e germânica deu origem à cultura da sociedade ocidental.
Além disso, a estrutura dessas sociedades possibilitou o surgimento das características que definiram a Europa durante o período feudal.
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