Unicamp vota dia 14 mudanças estruturais no vestibular

O coordenador da Comvest, Prof. Dr. José Alves de Freitas Neto, dando a primeira aula do cursinho da Oficina neste ano

Unicamp vota dia 14 mudanças estruturais no vestibular

A Unicamp vota na quinta-feira (14), às 10h, mudanças estruturais no vestibular da universidade.

A aula inaugural da Oficina dada pelo coordenador da Comvest neste sábado (9)

Em votação, a primeira fase com provas comuns a todos os candidatos – como português, matemática e redação -; e a segunda fase com conhecimentos específicos – voltados ao curso que o aluno almeja – mais inglês exigido a todos.

Em relação à redação especificamente, a mudança a ser votada será a possibilidade de escolha do alunos por uma das duas propostas oferecidas.

As informações foram dadas em primeira mão neste sábado (9) pelo professor e doutor em história, José Alves de Freitas Neto, coordenador da Comvest – o órgão da Unicamp que faz os vestibulares da universidade.

José Alves palestrou no Teatro Iguatemi em Campinas. A palestra foi a primeira aula do cursinho da Oficina do Estudante deste ano. O colégio abriu – inclusive – 30 vagas para que o público externo pudesse participar.

Motivo

“Considerando que fazemos a mesma prova há 32 anos, achamos que há uma cobrança de muita informação para o aluno. Queremos fazer provas que dialoguem mais com a interdisciplinaridade nas áreas que ele vai fazer. Queremos questões interdisciplinares para todos (na primeira fase) e depois perfis segmentados (na segunda)”, afirmou José Alves na explanação.

O coordenador da Comvest, Prof. Dr. José Alves de Freitas Neto, durante a explanação

Com isso, esperamos ter condições de discriminar melhor o rendimento dos estudantes. Ao poder aprofundar – com questões mais arrojadas na área de exatas, por exemplo – podemos discriminar melhor os candidatos daquele curso“, acrescentou o coordenador.

A votação será feita por uma câmara soberana representada pelos coordenadores de todos os cursos de graduação da Unicamp (58 pessoas). Será um turno só, e o resultado, decidido pela maioria.

Para ter quórum é preciso que o pleito tenha pelo menos 29 coordenadores presentes.

Impacto

O professor Marcelo Pavani, diretor do Curso Pré-Vestibular da Oficina é quem idealizou a aula ‘O que a universidade pública espera do aluno ingressante’, e explica os impactos das mudanças – caso sejam aprovadas – para os vestibulandos:

Da esq. p/ dir.: Pavani, José Neto e Janice r da COMVEST, Prof. Dr. José Alves de Freitas Neto, e com a Profª. Drª. Janice Theodoro da Silva, da FFLCH - USP!

Da esq. p/ dir.: Pavani, José Neto e Janice

“É bastante animador. Traz à tona a necessidade de uma abordagem que retire os conhecimentos das ‘caixinhas engessadas’ das disciplinas. No lugar, é preciso que o aluno coloque o conhecimento em diálogo com o mundo que o cerca, com os fatos e conceitos em circulação na sociedade em que vive. Dessa forma, aprender passa a ter como premissa não apenas o decorar, característica do vestibular tradicional, mas a necessidade de transformar-se por meio do conhecimento”.

Ainda de acordo com Pavani, “e essa característica histórica do vestibular da Unicamp, que deve ganhar maior relevo com as mudanças pretendidas, se aprovadas. Assim, a preparação deve levar em conta a necessidade dessa conversa entre os conceitos das várias disciplinas, o que demanda uma maturidade maior na relação de cada aluno com o conhecimento”.

O  desafio, entretanto, não é apenas para o corpo docente, mas, também, para o discente. “Retira professores e instituições da sua zona de conforto: é preciso trazer novos elementos para aquilo que já fazemos. Nós do cursinho respondemos à demanda criada pelo vestibular, que, por sua vez, é criada pela universidade”.

A aula contou ainda com a palestrante Janice Theodoro da Silva, professora doutora da  Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP). 

“O que a universidade nos traz de novo em relação ao Ensino Médio? Traz de fantástico que vamos identificar problemas e ser capazes de criar soluções, que podem ser teóricas ou práticas. E isso capacita o universitário a fazer a diferença no mundo em que se insere”.

 

 

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