Como diminuir a ansiedade? Especialista ensina vestibulandos
Como diminuir a ansiedade? Especialista ensina vestibulandos
O segundo semestre é – tipicamente – a época em que os alunos ficam mais ansiosos. E isso pode causar uma série de problemas.
Por isso, o professor Marcelo Pavani, diretor do Curso Oficina do Estudante, ensina o caminho das pedras.
O docente tem mais de duas décadas de experiência em vestibulares.
Antes de mais nada, Pavani explica que, na realidade, essa inquietude no segundo semestre não tem razão de ser.
Na prática, o que difere o segundo semestre do primeiro? Nada.
O dia segue tendo as mesmas 24 horas, e, a semana, os mesmos sete dias.
Ilusão
O que pode existir é uma falsa percepção de que o tempo está passando mais rápido. Mas, não está.
Tudo tem o seu tempo certo para ocorrer.
E é importante que o aluno não queira adiantar o processo seletivo.
O vestibular e o Enem vão chegar.
Mas, para ser aprovado, o aluno tem que estudar a matéria de hoje, hoje.
Deve se concentrar no dia, ao invés de pensar no que vai acontecer em novembro.
Deve viver o aqui e o agora. Estar presente.
A ansiedade surge justamente quando ele se descola do presente, vivendo uma realidade imaginada, que, na verdade, não está aqui.
Mas, então, o que fazer?
“Ser imediatista”, afirma o professor.
“Por mais paradoxal que seja, o aluno deve ‘esquecer’ um pouco que lá em novembro tem prova, porque novembro vai chegar. E se o aluno focar em novembro, vai perder o hoje, que, na realidade, é o que temos”.
Além de se ater à realidade e à percepção real do tempo, o estudante pode fazer, para si próprio, as seguintes questões:
– O que eu posso fazer hoje (ao invés de pensar no amanhã)?
– O que eu tenho pra fazer hoje?
– O quanto eu posso melhorar hoje?
E, no final do dia, pode ainda perguntar-se:
– O que aconteceu hoje que me impediu de estudar tanto quanto eu gostaria?
– O que eu posso fazer amanhã para que o meu aprendizado de hoje não me leve a cometer os mesmos erros amanhã?
Simulados
A matéria do dia deve ser estudada no dia.
E, aos finais de semana, o aluno deve fazer os simulados – que já foram devidamente pensados e programados pela direção do cursinho.
Para tanto, o Curso aplica questões cujas matérias já foram dadas, justamente para testar a absorvição pelo estudante do conteúdo dado.
Além disso, considera os diferenciais das provas das principais universidades do país, treinando-as.
Provas anteriores
Neste momento, o aluno deve evitar fazer provas dos anos anteriores. Isso porque ainda está vendo matéria nova.
O que tenta encaixar, na rotina de estudos, mais cinco horas pra resolver uma prova antiga, perde esse tempo de fixar o que foi dado no dia.
Além disso, se, por exemplo, acertar 60 questões, ficará desmotivado, pensando que não atingiu a nota de corte.
Mas, falhou porque não acertou as questões dos conteúdos ainda não estudados, e que ainda estão sendo ministrados.
“Haverá o momento certo de fazer as provas anteriores. E esse momento é na revisão, quanto todo o conteúdo já foi apresentado pelos professores. Nela, serão retomando todos os assuntos, e o aluno pode fazer uma prova por dia. Com isso, fará, em uma só semana, cinco anos de vestibulares da Fuvest. E, como na revisão há quatro semanas, conseguirá fazer 20 provas”, exemplifica o diretor.
E, tudo isso, estudando só de segunda a sexta, revisando os conteúdos e tendo uma perspectiva do que mais cai, porque a direção está justamente olhando para a incidência dos assuntos nas provas.
Múltiplas possibilidades
Outro ponto importante é o aluno focar no material certeiro, que vale a pena, o de qualidade.
E isso sobretudo nos dias atuais, em que a internet é um verdadeiro portal para um mundo de possibilidades, com vídeos-aulas, simulados, tira-dúvidas, chats etc
Nesse sentido, os estudantes de cursinho são muito beneficiados porque não precisam inventar a roda, separando o joio do trigo.
Já têm apostilas, e material na internet que já foi especialmente selecionado pelos especialistas.
Esse conteúdo é baseado no que mais cai nos vestibulares, e, mais do que de excelência, é cirúrgico, preciso.
Isso serve inclusive para que o estudante não precise passar pela angústia que as escolhas – de possibilidades infinitas – demandam.
“As nossas escolhas são cada vez menos efetivas porque a gente está sempre paralisado pensando em que é que a gente vai perder”, lembra Pavani.
E a angústia vai se tornando crescente na medida em que as opções de escolha vão aumentando.
Com isso, o estudante pode perder o foco.
Por essa razão, “deve criar uma rotina – que não deve ser vista como um mecanismo de engessamento, mas como de ordenação das escolhas”, acrescenta.
Se hoje o seu cronograma está te dizendo para estudar matemática e amanhã química, isso te dá tranquilidade para hoje estudar matemática, sabendo que o tempo para química está reservado.
Simples assim. 😉
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